O projeto “Memórias da Resistência” é vinculado ao Instituto Práxis de Educação e Cultura (IPRA) da cidade de Franca – SP e patrocinado pelo Ministério da Cultura através do Edital de Pontos de Mídias Livres.
Em 2007 foram encontrados na região de Jaborandí – SP, em uma casa abandonada em meio a um canavial, documentos relacionados à Ditadura Militar brasileira, mais especificamente do Departamento de Ordem e Política e Social (DOPS). A descoberta deu-se por um ex-cortador de cana (Cleiton Oliveira), que na época cursava História na Faculdades Integradas FAFIBE de Bebedouro – SP e aluno do coordenador do IPRA (Tito Bellini).
Ao notar a importância e as condições em que foram encontrados os documentos (dentre eles 110 fichas e um Manual de Subversão e Contra-subversão), já que a fazenda pertencia a um antigo Delegado do DOPS, o coordenador do Instituto fez uma rápida e trabalhosa digitalização. Em seguida os documentos foram entregues ao Arquivo Público do Estado de São Paulo que, após análise, constatou seu caráter inédito, visto que as mais de 20 mil fichas que eles possuíam eram todas do Departamento de Ordem Social, enquanto as encontradas por Cleiton Oliveira, do Departamento de Ordem Política.
Vale ressaltar que dentre as fichas estão perseguidos políticos envolvidos na invasão do CRUSP em 1968 pela polícia e também das FALN (Forças Armadas de Libertação Nacional), movimento guerrilheiro organizado na cidade de Ribeirão Preto e que possuía o jornal “O Berro” como meio de comunicação do movimento.
A fim de dar visibilidade aos documentos e colaborar com as discussões no âmbito do resgate da memória do Regime Militar, desenvolveremos um vídeo documentário que contará essas histórias e buscará questionar a importância do resgate da memória deste período para o Brasil contemporâneo, este portal na rede mundial de computadores a fim de dar maior visibilidade ao projeto em âmbito nacional, um livro que irá discutir os meandros da ditadura e boletins bimestrais que serão responsáveis pela divulgação do andamento do projeto e de textos dos nossos parceiros.
Tendo em vista a relevância e a atualidade do resgate das memórias destes anos (não só no Brasil como em diversos países latino-americanos que sofreram com um Estado ditatorial), pretendemos contar com a ciência e apoio de toda sociedade brasileira ao “Memórias da Resistência”. Além disso as portas estão abertas para pessoas que quiserem compartilhar vivências e pesquisas acerca do tema e que estiverem dispostas a ajudar, da maneira que melhor convier.
